quarta-feira, 8 de julho de 2009

Noite de 7 de julho, Joshua Tree

Cada noite que cai eu penso mais nessa casa como um centro de observação.

Cada dia que começa eu me sinto como só mais um animal que habita o deserto. Ainda estou em fase de adaptação com o ambiente, mas já consigo identificar os bichos que vejo pela manhã, os que sobrevoam a casa pela tarde e os que só saem a noite - os que fogem do calor intenso.


Já consegui estabelecer uma rotina de trabalho; as manhãs e tardes eu aproveito que o sol está muito forte e trabalho no atelie. No final da tarde aproveito para dar uma volta, tirar fotos, ler no meio do nada e tomar uma ducha gelada no quintal.


As últimas noites tem sido inesquecíveis. A lua está cheia, grande, amarela, iluminando tudo. Deixo todas as luzes da casa apagadas, saio e fico observando as estrelas, as estrelas cadentes, as centenas de aviões, ao som do uivo dos coiotes.

Estar imersa nesse ambiente e contemplar a natureza me fez pensar nas pinturas de Caspar David Friedrich.






Casper David Friedrich
The giant mountains
72X102 cm
1830-1835
As montanhas, rochas, o sol escaldante, os animais e os fortes ventos me dão a sensação de anulação do homem. A natureza se mostra tão forte que me sinto impotente por aqui.
No fundo é uma sensação boa. I'm getting used to it.

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